quinta-feira, abril 20, 2006

Candidato da RENAMO em Mocímboa da Praia adere à FRELIMO

O candidato derrotado da RENAMO nas controversas eleições municipais de 2005 em Mocímboa da Praia, Saíde Assane, abandonou o seu partido e filiou-se na FRELIMO, no poder, anunciou o porta-voz do partido da oposição, Fernando Mazanga.

Saíde é uma das pessoas indiciadas pelas autoridades judiciais moçambicanas nos tumultos que causaram a morte de seis pessoas, 147 feridos e o incêndio de 184 casas, em Setembro último.

A violência irrompeu na sequência das eleições intercalares para a presidência do município de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, realizadas em Maio de 2005, quando Saíde e a RENAMO decidiram instalar na autarquia um governo paralelo ao executivo municipal em protesto contra a vitória do candidato da FRELIMO, Amadeu Pedro.

Numa conferência de imprensa realizada em Maputo, Fernando Mazanga anunciou a saída de Saíde Assane da RENAMO, acusando o Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) de ter aliciado aquele quadro da oposição, em troca da sua absolvição nas escaramuças que assolaram Mocímboa da Praia.

Mazanga acrescentou que Assane arriscava a sua vida ou uma pesada pena no processo que lhe está a ser movido pelo Ministério Público moçambicano, caso não se "rendesse à FRELIMO".

O porta-voz da RENAMO afirmou ainda que o candidato vencido nas municipais de Mocímboa da Praia foi "clandestinamente" levado por agentes do SISE de Maputo, onde se tinha refugiado por razões de segurança, para Mocímboa da Praia, onde foi apresentado em público como novo membro do partido no poder.

Saíde Assane é o mais recente quadro da RENAMO a aderir esta semana à FRELIMO, depois de Abdala Aly Momade, delegado provincial da oposição em Cabo Delgado, ter também anunciado o seu abandono, alegando falta de seriedade por parte da liderança do partido.

Também o delegado distrital da RENAMO em Mocímboa da Praia, Salimo Saíde, e o seu assessor, Anzive Zalamadane, "desertaram" do principal partido da oposição.

Comentando estas saídas na RENAMO, António Hama Thai, membro da comissão política da FRELIMO, disse que tal é revelador "de um partido que não trabalha e sem nenhuma agenda".

"A RENAMO não trabalha, não tem nenhuma agenda e esquece que quem profere a sentença é o povo. A RENAMO está a ser condenada pelos seus actos", sublinhou Hama Thay, falando numa conferência de imprensa sobre a reunião de quadros da FRELIMO agendada para esta semana em Maputo.

Fonte: Notícias lusófonas

1 comentário:

Reflectindo disse...

O que é que a Renamo está a fazer mais para além de ir a Imprensa?