segunda-feira, agosto 11, 2008

A violência política

Parece que o método é se tu não pegas com aliciamento ou chantagem para ser membro da Frelimo e sobretudo ser humilhado pela imprensa popular, alias pública, o que resta é à força. E se isso não pega ainda tu serás violentado fisicamente.

Ainda há pecado em Moçambique e se isso não é apenas em Nampula. Se fores familiares de algum membro da Renamo, a conclusão da Frelimo é de que tu és automaticamente da Renamo pelo que tu mereces a uma agressão física e não poucas vezes executada pelos membros da PRM. Notem que digo conclusão da Frelimo, sem receio, porque pelo que sei o presidente da Frelimo, Armando Emílio Guebuza nunca condenou a violação dos direitos humanos em nome do partido que dirige. Houve vezes, como se assistiu em Chimoio em que um dos prémios que ele recebeu foi de apresentá-lo os forçados ao seu partido. Em Nampula, o estudante filho do Fernando Rajabo Mucanheia, irmão do secretário-permanente do governo de Nampula. Numa região como Nampula é muito difícil entender de quem vem a incitação à violência política do gênero. Não é preciso ir a Nampula para entender que naquele ponto do país há diversidade de ideias, que a população acatou o sistema multipartidário. Os resultados eleitorais desde 1994 mostram isso claramente. E se alguém for para lá ou até ir a uma cerimonia ou festa de uma família nampulense em Xipamanine, chega para ver esse arco-íris de ideias. Os deputados que parecem desentender-se na Assembleia da República estão todos juntos como uma família. Há que reflectirmos sobre o comportamento de alguns políticos e de agentes da PRM e da justiça em Nampula.

Uma violência política em tempos eleitorais só constitui um contratempo aos objectivos da democracia, pois ao invés de o eleitorado se concentrar aos manifestos partidários, passam a empenhar-se em união para auto-defesa, em solidariedade.

Os Agressores têm nomes e esperamos que o facto de serem da Frelimo não lhes garanta a impunidade de sempre.

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