sábado, outubro 24, 2009

Fantasma da abstenção

Fenómeno complexo e merecedor de vários estudos em Moçambique, a abstenção tem marcado o comportamento eleitoral no país, chegando mesmo a constituir-se em um adversário de todo o processo. Com um registo de 12% nas primeiras eleições multipartidárias realizadas em 1994, cinco anos depois a percentagem dos eleitores que renunciaram ao exercício de direitos políticos, nomeadamente fazer opções políticas à boca das urnas, subiu para 32%. Já nas eleições gerais de 2004, 64% dos eleitores inscritos não foram votar, o que significa que apenas 36% dos eleitores é que legitimou todo o processo de votação.
Depois de vários apelos à abstenção como sinal de protesto contra as decisões dos órgãos eleitorais, nomeadamente a CNE, o Parlamento Juvenil apela aos eleitores a irem em massa às urnas. Defende o seu novo posicionamento com o argumento de que “a abstenção em processos eleitorais não serve os interesses das pessoas nem da democracia”.
Sob o lema “as eleições não são um momento de festa, mas de profunda reflexão”, a organização apela a uma participação massiva na votação de quarta-feira, pois, argumentam, “se as pessoas não forem votar, são elas mesmas que perdem”.
Entretanto, o Parlamento Juvenil ainda mantém intacto o seu julgamento sobre a actuação da CNE e do Conselho Constitucional (CC): “estamos a ver que existe uma simbiose entre a CNE e o CC. Sabemos que o CC transformou-se num cemitério das reclamações dos partidos políticos”. “Pensando bem, não vale a pena incentivar a abs-tenção, porque isso só lesaria a nossa democracia e o nosso país”, disse Salomão Muchanga, presidente do Parlamento Juvenil.

Fonte: SAVANA

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