domingo, novembro 22, 2009

Exlusão de candidatos da Oposição não constitui bom sinal para a democracia em Moçambique

– futura embaixadora dos EUA para Moçambique, ouvida no Senado

“Muito embora as eleições tenham sido pacíficas, a exclusão de muitos candidatos da oposição do processo eleitoral com base em alegadas questões técnicas não constitui um bom sinal no que toca o desenvolvimento de uma democracia multi-partidária em Moçambique” - Leslie Rowe Leslie Rowe disse ainda que “muito dos ganhos financeiros tem sido distribuído de forma desigual, deixando na pobreza demasiados moçambicanos, incluindo os jovens do país, e criando condições para uma potencial instabilidade social”.

Maputo (Canalmoz) - A futura embaixadora americana em Maputo, Leslie Rowe, foi ouvida pela Comissão de Relações Externas do Senado no âmbito do processo da sua confirmação no cargo. Numa sessão presidida na última semana pelo senador Russ Feingold, aquela diplomata sublinhou o apoio dos Estados Unidos da América ao processo democrático em Moçambique, mas referindo-se às eleições de 28 de Outubro, observou que “muito embora as eleições tenham sido pacíficas, a exclusão de muitos candidatos da oposição do processo eleitoral com base em alegadas questões técnicas não constitui um bom sinal no que toca o desenvolvimento de uma democracia multi-partidária em Moçambique”.
No seu depoimento perante o Senado, Leslie Rowe afirmou que os EUA continuam a ser “um forte apoiante dos esforços de Moçambique em reforçar os seus ganhos democráticos, elogiando os progressos obtidos nas duas últimas décadas”.
Reforçando a opinião da futura embaixadora em Moçambique, o senador Russ Feingold, que presidiu à sessão, afirmou que o processo democrático em Moçambique é precisamente isso é um processo em curso. Disse Feingold: "Moçambique é um país que de muitas formas exemplifica uma bem sucedida transição da guerra para a paz, mas continua a enfrentar muitos desafios, sobretudo na frente do desenvolvimento, permanecendo entre os dez últimos países da tabela da ONU do desenvolvimento humano".
A propósito, Leslie Rowe sublinhou que, "em termos macroeconómicos, Moçambique tem sido uma estrela com uma taxa de crescimento de 6 a 8 por cento ao ano, durante os últimos dez anos". Com um problema, segundo notou: "Muito dos ganhos financeiros tem sido distribuído de forma desigual, deixando na pobreza demasiados moçambicanos, incluindo os jovens do país, e criando condições para uma potencial instabilidade social".
A futura embaixadora americana em Maputo prometeu, perante o Senado, coordenar com o governo de Moçambique e os parceiros bilaterais e multilaterais que a ajuda externa atinja os objectivos de desenvolvimento partilhados.
Leslie Rowe, que foi embaixadora na Papua Nova Guiné, nas Ilhas de Salomão e Vanuato e número dois da missão em Nairobi, deverá ser em breve confirmada no cargo em Maputo para o qual foi nomeada pelo presidente Barack Obama.

(Redacção / Filipe Vieira, VOA

Fonte: CanalMoz (23.11.2009)

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