segunda-feira, setembro 06, 2010

Maputo a Arder

A talhe de foice

Por Machado da Graça

O que tinha que acontecer, aconteceu mesmo.
No momento em que escrevo as cidades de Maputo e Matola estão em pé de guerra. Veículos e pneus ardem, lojas e armazéns são saqueados, lojas, bancos e escolas estão fechados, os transportes públicos não circulam, as estradas de entrada e saída nas cidades estão bloqueadas, há postos de abastecimento de gasolina a arder e, pior que tudo, muitíssimo pior do que tudo, já há vários mortos e feridos a lamentar.
E, principalmente, a angústia é não saber como isto tudo vai parar.
Porque, para além da actuação da polícia, nada mais se vê que permita uma esperança de solução.
Da parte do Governo, deste governo que tanto gosta de falar das suas proezas macro-económicas, vem um silêncio profundo, só quebrado pelo Ministro do Interior que foi à Rádio Moçambique dizer meia dúzia de vulgaridades, lidas de um papel que alguém lhe escreveu para esse efeito.
E, falando da RM, é chocante ter que dizer que a Rádio e a Televisão estatais mantiveram toda a manhã a sua programação normal, como se estivessem numa bolha de ar, completamente separada do mundo em redor.
Órgãos de informação que fazem emissões especiais sempre que o Chefe de Estado vai cortar alguma fita num qualquer empreendimento de menor importância, não acharam necessário alterar a sua programação num dia em que a capital do país está virada de pernas para o ar e o sangue dos cidadãos corre já nas ruas.
E existem lá jornalistas competentes, que sabem qual é a sua função. Porquê então este silêncio? Calaram-vos a boca? Quem?
Mas, volto a dizer, o principal problema é saber como isto tudo vai parar.
Na África do Sul as coisas parecem graves mas sabemos que o governo e os sindicatos estão a negociar uma saída para acabar com a greve.
Aqui não temos esse tipo de solução. A Frelimo achou que devia transformar os sindicatos em braços obedientes do Poder. E, portanto, os sindicatos não representam nada nem ninguém. Não são partes credíveis para um diálogo.
A vontade de tudo controlar fez com que não haja válvulas de segurança. De um lado estão aqueles que tudo organizam e, do outro, estão os revoltados não organizados. E, entre uns e outros, não existe uma linha de comunicação.
Entre os dirigentes, arrogantes no seu castelo de marfim, e os manifestantes, de pneu a arder na mão, não existem pontes. Uns estão de um lado e outros do outro, sem nenhum contacto.
Disse o economista João Mosca que o que se nota é, da parte dos governantes, uma total falta de predisposição para o diálogo. Eles é que sabem e os outros que se submetam.
Com a agravante de uns viverem em grandes mansões e se deslocarem em carrões de luxo (já para não falar dos famosos helicópteros) enquanto outros sobrevivem das migalhas que vão conseguindo (ou não...) no dia a dia.
Com o seu sarcasmo, o Mia Couto disse que quem estava a fazer greve eram as autoridades, que não aparecem a dar a cara. E tem toda a razão. É a greve dos arrogantes que acham que não têm que prestar contas a ninguém pois podem, querem e mandam. Para isso ganharam, com significativa dose de fraude, as eleições...
Podem-me vir falar do diálogo estabelecido nas presidências abertas de Armando Guebuza. Mas eu pergunto que diálogo pode existir entre populações que pouco mais conhecem do que a sua enxada de cabo curto e aqueles seres, quase divinos, que descem do céu a bordo de seis máquinas voadoras que atroam os ares?
Quando o leitor tiver este jornal nas mãos já se conhecerão algumas respostas a estas inquietações.
No momento em que escrevo essas respostas ainda não são conhecidas.
Agora uma coisa tenho como certa: Isto pode ser apenas um começo de algo muito maior e mais grave. A bronca rebentou mesmo antes da subida do preço do gasóleo, que levará, forçosamente, à subida dos transportes e de quase tudo o mais.
O que quer dizer que atingimos um ponto em que já não há mais almofadas protectoras.
E, a partir de aqui, as coisas podem-se agravar muito.
Esperemos que eu esteja enganado...

Fonte: Savana, edição de 03.09.2010, in Diário de um sociólogo

27 comentários:

Anónimo disse...

"Podem-me vir falar do diálogo estabelecido nas presidências abertas de Armando Guebuza. Mas eu pergunto que diálogo pode existir entre populações que pouco mais conhecem do que a sua enxada de cabo curto e aqueles seres, quase divinos, que descem do céu a bordo de seis máquinas voadoras que atroam os ares?" Estas palavras são de Machado da Graça.

Estranho que este inteligente analista venha a chamar os camponeses moçambicanos, a maioria do nosso povo de burro. E exactamente por "pouco mais conhecerem do que a sua enxada de cabo curto" as conversas que estes nossos concidadãos mantêm com as autoridades não são qualificadas, segundo este eminente analista.

Quando pessoas como Machado da Graça, Mia Couto, Mosca, Olívia Massango reclamam diálogo de Guebuza o que na verdade estão a dizer? É para Guebuza dialogar com quem, já que os camponeses são burros? É para dialogar só com eles?

Considero as afirmações de Machado da Graça insultuosas para os camponeses de Cabo Delgado, de Niassa, de Nampula, da Zambézia, de Tete, de Sofala, de Manica, de Inhambane, de Gaza, de Maputo e da Cidade de Maputo. Havia gente que, no passado, também pensava assim.

Queria encorajar o PR e aprofundar o diálogo que tem mantido com os camponeses, com os empresários, com os líderes religiosos, com os intelectuais deste vasto Moçambique.

Queria manifestar o meu desejo de que ele não se deixe capturar por algumas pessoas que sempre acreditaram que eles eram os únicos que sabem pensar no nosso país. Mesmo quando lhe chantageam com mais manifestações.

Afinal, se este país se somalizar, como alguns parece desejarem, entre os primeiros que sofrerão as consequências estão estes mesmos senhores. Um país somalizado não inserta publicidade nos jornais e nem os compra.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Upps,

Sr Viriato Tembe,

Acho a sua explanacao algo tendenciosa, nao vejo o Machado da Graca a chamar burros aos camponeses, como o Sr pretende que seja entendido,

E tambem foi Machado da Graca que esteve nas Manifestacoes,

Veja la bem quem isultou ao Povo, va de novo 'as fontes e veja quem insultou ao Povo,

compreende-se que esteja a fazer o seu trabalho, tentar o "divert" da pressao,

Mas estes senhores que aqui menciona, estao a trabalhar pra construir o seu pais, muito mais do que o sr,

Estao a dar voz as reclamacoes do seu Povo ( deles meu e o seu tambem ),

Portanto vamos ficar frios, porque esses que menciona ai, sao tao Mocambicanos como voce, e nao andam de helicopetros 'a custa do meu, do deles e provavelmente do seu imposto, se 'e que o sr paga imposto.

Os unicos a chamar de bandidos, vandalos, marginais etc ao Povo estao bem identificados.

Espero que comprenda o lhe estou a tentar transmitir, da mesma maneira que compreendo a sua furia,

O seu "divert" pretende incendiar ou apagar ? a questao nao poe em causa o seu "divert", mas questiona a razao do seu "divert"

Aguardo,

Obrigado.

Abdul Karim disse...

Errata:
ONDE:
"E tambem foi Machado da Graca que esteve nas Manifestacoes."

POR FAVOR:
"E tambem NAO foi Machado da Graca que esteve nas Manifestacoes, ACREDITO.

Abdul Karim disse...

Enquanto o sr viriato tembe vai buscando folego, eu vou avancando,

Pena o Selecionador Viriato Dias esta de repouso, porque senao tambem havia de tentar "abrir" um pouco, mas vou avancando,

"Quando pessoas como Machado da Graça, Mia Couto, Mosca, Olívia Massango reclamam diálogo de Guebuza o que na verdade estão a dizer? É para Guebuza dialogar com quem, já que os camponeses são burros? É para dialogar só com eles?"

Essas suas questoes pecam por apenas considerar os mencionados como os que estao a reclamar falta de dialogo,

E em nenhum momento eles sujerem que o dialogo seja com eles, ou so com eles, como o sr questiona,

Na minha opiniao, o governo 'e que tem que buscar pontes de dialogo,e ser tambem o mesmo governo a determinar com quem, a Sociedade Civil ja lhe esta a fazer um grande favor, ao diagnosticar um ponto fraco ( enixistente ) do actual governo.

Na minha opiniao pessoal, a falta de dialogo do governo se deve essencialmente ao QI medio do actual governo, e defendo que o mesmo QI medio do governo nao fosse tao baixo, jamais deixaria de aproveitar tamanhas sujestoes da Sociedade Civil.

Pode o sr questionar a metodologia que usei para avaliar o QI medio do governo, e tenho a prazar de lhe responder, que 'e em funcao da objectividade do discurso, analise do contudo, e resultado das accoes do governo do dia.

Espero que me tenha percebido amavelmente.

Anónimo disse...

Senhor Karin, acha que citei mal Machado da Graça? Ele não disse que o diálogo que o PR mantem com as pessoas nas aldeias era inválido porque aquelas pessoas não sabem mais do que as suas enxadas de cabo curto?

Quando num país como Moçambique não se pode dialogar com países que usam enxada, com quem se há-de dialogar? Somente com pessoas como Machado da Graça, Mia Couto, Joao Mosca e pouco mais?

Quando reclamam diálogo do PR estão a dizer para dialogar com quem?

Faça-me o favor, senhor Karim, eu não sou daqueles que se calam só porque se lhes agita à frente termos como lambe botas e outros. Repito que o que este senhor disse insulta a esmagadora maioria dos moçambicanos. O senhor Karin diz que há outros que insultram os Moçambicanos. Até pode ser verdade. Só que esses outros insultos não podem mascaram este. É grave sugerir que o Presidente não pode/deve dialogar com pessoas que usam enxada.

Por acaso, senhor Karin, minha mãe usa enxada e ela sabe muito mais do que alguns de nós que escrevemos aqui e que pensamos que somos doutores.

Eu estou indignado

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Mas eu nao disse ao contrario, sr viriato tembe,

Mas ha-de convir que PIB's, pobreza mental, geracao viragem, choques exogenos, crise financeira internacional, nao sao pra ser discutidos nesses termos com agricultores,

Ou Nao ?

Com muito respeito pela sua mae, e ate gostaria de a conhecer e aproveitar a sua sabedoria em enxada e aprender a cultivar, mas ninguem insultou aos agricultores, ninguem da Nossa Seleccao.

Muito pelo contrario, nos reclamamos que lhes sejam dadas terras ferteis, fundos pra fomento de agricultura com juros bonificados a longo prazo,

Como pode ver, a Seleccao Nacional de Mocambique - As Rolas, querem o desenvolvimento do pais, o bem pra sua mae tambem, incluindo o desejo de uma vida saudavel pra si e seus filhos e familia.

Abdul Karim disse...

Avancando, Viriato Tembe,

A Seleccao Nacional de Mocambique- As Rolas, defendem tambem que deve ser melhorada a qualidade de ensino da base ao topo,

As nossas criancas tem aprender Bem, de modo que sejam pessoas de Bem, Educadas com o melhor do ensino disponivel no Mundo, e que crescam saudaveis fisicamente e mentalmente.

Nessa base tambem nao faz sentido o maior centro de producao de saber, o maior ou mais credenciado a UEM, tenha o seu Magnifico Reitor escolhido por alguem nao competente do ponto de vista cientifico,

Faz sentido, ou nao ?

Agora com quem o governo dev dialogar, 'e uma pergunta, como soi dizer " de um milhao de dolares".

Anónimo disse...

Os camponeses moçambicanos têm inteligência suficiente para perceber o que é inflacção e quais são os seus efeitos. Os camponeses moçambicanos têm inteligência suficiente para perceber que quando se compra trigo mais caro lá fora (ou petróleo) ele há-de ser necessariamente mais caro em Moçambique.

Os termos a que se referiu podem ser simplificados e, para sua informação, posso-lhe adiantar que nas Presidências Abertas o PR simplifica aqueles termos por forma e estabelecer a necessária comunicação com a sua audiência.

Fico muito assustado quando constato que essa sua selecção, seja o que for que ela é, preconiza a ideia de que os camponeses deste país (mais de 80% da população) são incapazes a apreender termos como PIB's, pobreza mental, geracao viragem, choques exogenos, crise financeira internacional... Qualquer um de nós, nascido e criado por camponeses, sabemos que eles percebem isso e muito mais.

É arrogância, paternalismo, para não dizer racismo, presumir que elers não possam estabelecer um diálogo à volta desses temas.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Sr Viriato,

Percebem tudo ? esta bem, entao diga-me la um campones que nao fala portugues, como o presidente explica PIB pra ele em changana ou outro lingua materna, macua exp ?

Eu nao disse que sao incapazes de perceber, eles percebem que o governo nao percebe que eles percebem o problema.

E o campones ha-de aprender PIB, nao 'e incapaz, so que tem ser agricultor,antes, aquilo que ele 'e e sabe fazer, antes de ser economista do Pais, e alias, foi por isso que ele votou, pra economia estar com os economistas, ou votou pra ele campones ser economista antes de ser campones ?

A Nossa Seleccao - As Rolas, defende tambem que o custo de vida tem que ser mais baixo, e deve saber que estamos preocupados com os desempregados Nossos Associados, os desmobilizados tambem, os seropositivos, os ambientalistas,

Eu sei e compreendo que esta preocupado com a mama, mas pode crer que a sua mama pra mim, 'e como minha mama, depois fico triste quando as minhas mamas tem que ficar na bixa todo o dia la INSS, porque nao ha cash, foi "divertado" pra tsunami,

Esta ver isso Viriato Tembe,

'E isso que Seleccao Nacional de Mocambique - As Rolas reclamam.

Anónimo disse...

Lembra-se qual é a nossa discussão senhor Karin? Parece que não! Só que não há problema, posso recordar-lhe: "Podem-me vir falar do diálogo estabelecido nas presidências abertas de Armando Guebuza. Mas eu pergunto que diálogo pode existir entre populações que pouco mais conhecem do que a sua enxada de cabo curto e aqueles seres, quase divinos, que descem do céu a bordo de seis máquinas voadoras que atroam os ares?"

Ou seja, Machado da Graça ensina-nos que, com camponeses, só se pode falar de enxada de cabo curto porque essa é a única coisa que são capazes de perceber.

O senhor Karin concordo com este ponto de vista que resume claramente o desprezo com que Machado da Graça encara o nosso povo?

Essa é a discussão caro Karin.

A mim, todo este ruido sobre diálogo parece resultar do facto de que algumas pessoas perderam protagonismo após 1986. Já não são chamados para o Comité Central como antes. O que eles querem é diálogo do PR com eles próprios. Desconfio até que eles não incluem Viriato Tembe, Reflectindo, Basílio, Egídio Vaz, Bayano, Azagaia, Júlio Mutisse, Amosse Macamo, Zenaida Machado, Ivone Soares, Mazanga... nesse diálogo. Para eles nós somos como os camponeses (os nossos progenitores) que só sabemos da nossa enxada de cabo curto.

Que abuso! Nem sequer tentam esconder o seu despeito.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Sr Viriato Tembe,

Sao 6.00h da manha aqui na India ja estou de jejum mas vou continuar consigo, responto esta e vou dormir um pouco, pra depois continuarmos amanha,

Vamos a isso,

Eu nao acho que Machado da Graca tenha despresado quem quer que seja,

Em relacao ao despreso, veja as fontes tambem anterior as manifestacoes, veja o processo da Renamo na AR desde da primeira legislatura, e como foi tratada desde entao, veja o tipo vocbulario usado nas ultimas eleicoes pelos membros do partido no poder, do governo, do Jornal Domingo, do Jornal Noticias, e depois faca uma avaliacao calma sem ficar tenso,

Quanto ao ruido, nao sei se entre os que menciona, estarao todos disponiveis pra falar com pr, ou fazer parte do comite central do partido no poder,

E duvido que Machado da Graca queira fazer parte do comite central do partido no poder,

Mas posso lhe garantir, que ja nao da prestigio, se 'e que alguma vez realmente deu algum prestigio, al quem quer que seja, falar com o pr,

Talvez para si, e alguns seus amigos o pr seja simbolo de prestigio, mas na realidade nacional, acho que viu o sentimento do Povo pelo pr nessas manifestacoes, por outro lado a nivel internacional a cotacao do pr 'e negativa, comeca ser altamente comprometedor para alguem que se preza , ser visto na companhia do pr, considerando as associacoes do pr, ao internacionalmente declarado contrabandista ( mbs ), entre outras associacoes pouco favoraveis a pessoa do pr,

Portanto para terminar, acho que devia reanalizar o seu posicionamento, uma vez que o comite central e o pr e ate o conselho de estado 'e visto com muita desconfianca nacional e internacional.

Nessa base, deixo ao seu criterio, ser o sr viriato tembe, auto eleger-se e sentar para dialogar com o seu pr, se acha que isso lhe vai conferir qualquer prestigio, e aproveite a opurtunidade para fazer lhe chegar os problemas do Povo.

Ate Amanha,

Insha Allah.

Abdul Karim disse...

Queria dizer,

Ate Hoje, mais tarde,

Insha Allah.

Anónimo disse...

Senhor Karin, estarei fora da Beira por três dias e não terei acesso a computador. A linguagem dura em relação aos adversários políticos parece ser cultura naciional. Não sei se essa linguagem dura é despreso ou não. O próprio Karin não tem sido meigo quando se refere a membros da FRELIIMO. Chama-os a todos de criminosos, ladrões, doentes mentais e outros termos que o próprio senhor Karin inventou. Isso é despreso? Isso quer dizer que o senhor Karin despresa os mais de 2.000.000 de membros da FRELIMO? Só você poderia responder.

A FRELIMO, por seu lado, não tem sido meiga quando se dirige aos seus adversários. Mas só a própria FRELIMO poderia dizer se os despreza ou não.

Eu gostaria que houvesse mais tolerancia na cena política Moçambicana. Discordar da visão de outro sem cghama-lo nomes (la"Podem-me vir falar do diálogo estabelecido nas presidências abertas de Armando Guebuza. Mas eu pergunto que diálogo pode existir entre populações que pouco mais conhecem do que a sua enxada de cabo curto e aqueles seres, quase divinos, que descem do céu a bordo de seis máquinas voadoras que atroam os ares?" mbebotas ou antipatriota). Mas isso são minhas opiniões. E elas não estão em discussão aqui,

O que está em discussão é a opinião paternalista, de profundo desprezo e, até, racista, manifestada por Machado da Graça. porque é inqualificável despreso quando afirma que "Podem-me vir falar do diálogo estabelecido nas presidências abertas de Armando Guebuza. Mas eu pergunto que diálogo pode existir entre populações que pouco mais conhecem do que a sua enxada de cabo curto e aqueles seres, quase divinos, que descem do céu a bordo de seis máquinas voadoras que atroam os ares?".

Passar bem, senhor Karin

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Viriato Tembe,

Vamos primeiro em relacao a mim, edepois voltamos ao Machado da Graca,

Eu nao despreso membros da frelimo, eu nao gosto dos xiconhocas, nao gosto de sentar com eles, nem de conversar com eles, as vezes nao sei que sao, e sento , mas mal que descubro vou-me embora, tento as vezes como estou fazer agora, explicar, mas nao sou obrigado e ninguem me paga por isso.

Sao criminosos, sao ladroes, sao assassinos SIM.

Tolerancia, nao 'e cobardia e muito menos estupidez.

Roubaram-me tudo que lhes foi possivel roubar, e sempre lhes tentei ajudar, rapare que estou a falar de xiconhocas, e xiconhocas ha de todas cores feitios e tamanhos, so que na frelimo, so sobraram xiconhocas,

Em relacao ao dialogo, eu nao preciso dialogar com eles, o que tinha que dialogar, ja dialoguei, e 'e por isso que ja ha algum tempo me tem sido "recomendado" falar com seu pr, pra resolver meus problemas, mas do fundo eu preferiro continuar com os meus problemas que falar com ele, isso 'e uma posicao oficial ja informada na Embaixada de Mocambique na India.

Agora, o resto o Viriato Tembe, pode ser mais tolerante e ir falar com o seu pr, aproveitar fazer chegar os probemas do Povo, e pedires a ele pra ser civilizado, podes dizer que o Karim 'e que pediu a voce Viriato Tembe, pra humildemente pedir ao teu pr, pra ser mais civilizado.

Foi um Praser,

Passe Bem Tambem, Viriato Tembe.

V. Dias disse...

O único Viriato a pensal mal é este, o Tembe.

Zicomo

Abdul Karim disse...

Ja estas melhor Selecionador ?

Eu estava aguentar Bem com esse teu xara, mas ja que estas de regresso, se ele voltar, "abre-lhe" um pouco,

Esta com veias cerebrais a precisar de "inspencao",

V. Dias disse...

Já reparei.

Ele compreendeu mal ao Machado de Graça. Leu aquilo que quis. É normal. Já estou melhor sim.

Zicomo

Reflectindo disse...

Se eu não estivesse a falar sozinho, eu gostaria de saber onde o Viriato Tembe viu racismo no artigo do Machado da Graca. Porquê interpreta isso como racismo? Poderia pedir-te também a definicão sobre o conceito racismo.

Não achas meu amigo que estás a ser intolerante ao Machado da Graca?

Eu estou curioso pelo que dizes que os camponeses não são incapazes a apreender termos como PIB's, pobreza mental, geracao viragem, choques exogenos, crise financeira internacional.

Primeiro, acho que estás a forjar, pois não vejo onde Machado escreveu que os camponeses não podem aprender.

Segundo, seria muito curioso que levassemos os conceitos "termos como PIB's, pobreza mental, geracao viragem, choques exogenos, crise financeira internacional" para uma turma da décima-segunda em Maputo para avaliarmos se eles sabem definí-lo.

MAS por agora não estás na Beira...

Abraco

Abdul Karim disse...

Capitao,

Nao ha-de vir, ja saiu da Beira,

Nao tem acesso ao computador, amarrou as malas e saiu da Beira, nao disse se vai subir ou descer,

Acho que vai a swazilandia, tentar arranjar residencia e internet la,

Júlio Mutisse disse...

O conceito de PIB envolve um conteúdo que, se explicado aos nossos conterrâneos que nunca estudaram na UEM, quando devidamente explicado, no contexto desses locais, pode ser entendido muito bem.

O mesmo acontece com a inflaccão. PIB, Inflaccão é frasiologia de técnicos/economistas e se fugirmos disso podemos todos perceber. Não pensem se, faz favor, que os nossos concidadãos estão desprovidos de massa cinzenta.

Aliás,na visita que acompanhei de S. Excia PR, ouvi explicacões que rocam a estes aspectos. Qual seria a dificuldade que vcs vêm? Acham que nas nossas línguas esses termos não existem?

Nelson disse...

Não tenho certeza mas acho que oque Machado da Graça pretendia, era mostrar que os dialogos das presidências abertas não tem a relevância que "viciosamente" costumamos atribuir-lhes. Se esse for o caso concordo plenamente. Tem havido diálogos sim nas presidências abertas mas se formos sinceiros connoscos mesmos admiteremos que grande parte dos assuntos abordados nem deviam chegar ao conhecimento do presidente, se nos niveis mais baixos de governação, houvesse gente interessada a resolver os problema do nosso maravilhoso povo. Talves seja verdade que com algum esforço, o povo entenda questões como inflaccão e PIB entretanto para mim a questão é: que relevância esse entendimento tem para o cotidiano do camponês?
Para terminar eu acho que se houvesse um dialogo saudável entre o povo e os seus governantes, não chegariamos às Manifestações. Falta-nos cultura de transparência, prestação de contas e etc. Sem querer tem se fertilizado o campo das especulações

Abdul Karim disse...

Julio,

Voce sabe que eu nao tenho cerimonias, digo aquilo que acho, e as vezes levo o troco e nao me chateio, e quando me chateio tambem mando bujarda, sem stress,

Mas diz me la, serio, sem brincar,

Voce acha importante mandar parar os camponeses de produzir , pra explicar em comicios, estes termos economicos ?

Nao se trata de eles entenderem ou nao, trata-se nos entendermos ou nao,

O campones sabe fazer bem a agricultura, 'e isso que ele tem que fazer, ou nao ?

Ou temos que explicar a eles o que 'e PIB, pra depois tirarmos as terras ferteis e e nem darmos enxada ?

Desculpa franqueza, eu ja perdi muito por ser franco, mas tambem ganhei muito, e no computo geral, sinto-me bem por ser franco, e quero continuar assim,

Nao esta certo, isso que queres dizer, sabes disso, nao vou voltar a repisar, mas se voce, assim jovem, entrar por essa, nao vai sobrar nada do pais.

Entende como achares, considero que tentei, vai dar pra poder dormir em paz, sabendo que tentei.

Reflectindo disse...

Viriato Tembe e Júlio Mutisse talvez por costume de estarem contra Machado da Graça lá procuram atribuir algo que ele não disse, disvirtuando o que ele disse.
O pecado do Machado da Graça talvez seja apenas a sua cor de pele, e, Tembe não hesitou em falar disso como Mutisse não esqueceu de fazer isso.
Reparem que há na blogosfera e não menos aqui no Reflectindo, muitos artigos contestando as ditas “presidências abertas” as quais contituem um grande esbanjamento e nunca se falou de paternalismo ou racismo. Racismo porquê? Que se contesta porque Armando Guebuza é negro?

O Nelson entendeu o texto do Machado da Graça como muitos de nós o entenderam, incluindo Viriato Tembe e Júlio Mutisse. Muitos de nós, têm questionado sobre o papel dos administradores das localidades, dos distritos, secretários permanentes, governadores para se explicar tantos helicopteros por cima e carros por baixo a transportar constantemente Guebuza e as suas cometivas? Salomão Moyana escreveu um grande artigo sobre isso em 2006, se não estou em erro. Só que os economistas que rapidamente calcularam os prejuizos nas manifestações recentes nunca nos disseram quantas escolas, hospitais se construiriam com os gastos em helicópteros nas passeatas de Guebuza e sua esposa.
Se o Presidente da República não dialoga (dialogar estou aqui a dizer) com as lideranças políticas e da sociedade civil em Maputo, o que de facto ele vai fazer na localidade? Por outro lado, alguma vez ouviu-se que o PR reuniu-se com as forças políticas nos distritos por onde ele têm andado? O que temos ouvido ou lido pelos jornais não é que reuniu-se em sessões extraordinárias dos comités da Frelimo? Quem faz parte nos conselhos consultivos distritais? Ainda podemos nos interrogar sobre o tempo que o camponês devia produzir que é ocupado por COMÍCIOS POPULARES OBRIGATÓRIOS.

O que realmente Armando Guebuza está a fazer nas suas “presidências abertas” é matar a democracia multipartidária. É o meio para corromper as consciências de membros da oposição, para que abandonem seus partidos e filiem-se ao partido Frelimo. Guebuza sonha com democracia à Mammar Kadaffi. Essa é a verdade. Mas eu acho que ele está pondo Moçambique mais uma vez em perigo. E as manifestações violentas é prova disso.

Quanto aos conceitos, as perguntas do Karim estão bem feitas. Há um bom exemplo neste blog que dá razão a Machado da Graça. Deliberadamente não quero mencioná-lo.

JOSÉ disse...

Fiz um esforço mas não encontrei insultos no texto do Machado da Graça, em nenhuma parte os moçambicanos são chamados de burros.É curioso que vislumbram insultos neste texto mas não fazem qualquer referencia aos insultos contra os moçambicanos vindos de gente próxima ao sistema, incluindo um Ministro. Indignação selectiva?
Mais estranho ainda é o facto de o texto se referir aos tristes acontecimentos da semana passada e no entanto alguns iluminados preferem mencionar o PBI, a inflação e as enxadas.
A realidade é que trata-se de mais um ataque pessoal a Machado da Graça. Machado da Graça identificou bem esta gente como patrioteiros e isso eles não perdoam.Depois, Machado da Graça, apesar de possivelmente ainda ser frelimista, recusa-se a ser lambebotas e caixa de ressonancia. E issos eles também não gostam. Finalmente, Machado da Graça é um moçambicano branco e isso eles também não gostam porque apoiam a treta de que há moçambicanos mais moçambicanos do que outros.
Tenho mesmo de questionar porque atacam Machado da Graça e ignoram outros comentaristas que teceram críticas bem mais duras à acção do Governo e da Polícia.
Perante os factos, penso que estas diatribes são apenas estratagemas para nos desviarem do que se passou na semana passada.
Estamos atentos e avisados!

Nelson disse...

Mais do que o entendimento em si, eu estou mais preocupado com a relevância do entendimento desses conceitos para o camponês. Oque muda na vida do camponês de “enxada de cabo curto” ao entender que Moçambique teve um crescimento macroeconómico na ordem de 2%? Ou que o PIB cresceu em 4%? Que importância tem entender o conceito revolução verde nos moldes tão “teóricos” em que é apresentado? Que vantagem teve o camponês em entender o “evangêlho” da Jatrofa, clara e largamente “pregado” durante as presidências abertas?

Reflectindo disse...

Nelson

Eu fico estupefacto quando no meio duma situação séria se criam coisas para entreter o público.
Veja como esse pontinho não se discute sobre a relevância de ir interromper o trabalho do camponês para lhe falar de PIB, viragem, crise financeira, e tudo. Fala-se de pessoa, por razões que já sabemos.
O mesmo se passa sobre a questão da ausência dos sindicatos o que é visto por muitos analistas como a razão de não haver rostos organizadores das manifestações. Todos podiam e podem falar, menos Machado da Graça. Daí o questionamento do José ter lugar. São muitos mocambicanos que falaram disso. Porquê o Mutisse e os seus acólitos têm sistematicamente atacado só ao Machado da Graça? Isso dá para estudar até mesmo para defesa uma tese. Andam por aí a dizer que Machado foi ou é esquerdista, e, Guebuza o que foi e o que é?... Enfim, novas perguntas aparecerão sempre.

Quanto às passeatas que Guebuza sistematicamente faz às aldeias com helicópteros em cima e frota de carros em baixo, já questionaste, mas resposta nunca virá dos atacantes de Machado da Graça.

Afinal quem realmente insultou os moçambicanos nos últimos dias?

Nelson disse...

Dos insultos explicitos do "maravilhoso" ministro, ninguém ousou mexer