segunda-feira, outubro 11, 2010

Desastre: Um desaparecido, três feridos e 115 casas destruídas nas areias pesadas de Moma

Um desaparecido, três feridos graves e 115 habitações destruídas parcial ou totalmente são o saldo preliminar dos danos causados pela corrente de água resultante da ruptura da barreira de armazenamento usada no processo de filtração das areias pesadas de Moma, na província nortenha de Nampula.
Até ao fim da tarde de sexta-feira, as equipas de emergência integrando membros do Governo distrital e da Kenmare, consórcio que explora as areias pesadas em Moma, trabalhavam sem mãos a medir no levantamento dos prejuízos, numa área estimada em 1200 metros quadrados, habitada por cerca de três mil famílias.
As equipas de emergência, incluindo as cerca de 600 pessoas afectadas, afirmaram que os prejuízos são avultados, porquanto perderam-se bens diversos, sobretudo produtos alimentares, vestuário, electrodomésticos, mobiliário, para além da destruição de próprias casas.
Segundo escreve o matutino 'Noticias', receia-se também que mais casas possam vir a desabar, dado que a sua construção é à base de blocos de argila que poderão ceder depois de acumular humidade.
A outra questão que preocupa os desabrigados são os roubos que podem se registar nas suas casas, muito embora tenha sido já assegurado um dispositivo de segurança composto por efectivos da polícia moçambicana.
No que diz respeito ao apoio logístico, a Kenmare se comprometeu a providenciar três refeições diárias para as pessoas directamente atingidas, as quais serão temporariamente acomodadas num armazém no interior do complexo mineiro até que sejam encontradas soluções definitivas.
A delegação do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC), em Nampula, já despachou 250 tendas para igual número de famílias e uma quantidade significativa de mantas. Igualmente, a Kenmare está a canalizar utensílios para o aprovisionamento e tratamento de água.
A empresa não descarta a possibilidade de as famílias afectadas serem, nos próximos anos, transferidas para zonas consideradas mais seguras, como uma das formas de prevenir danos humanos e materiais em futuras ocorrências desta natureza.
Ainda não são conhecidas as razões que terão originado este acidente, pois, segundo o director de Operações no projecto, Jacob Deysel, as condições de segurança estavam nos parâmetros exigidos.
A fonte disse que a tragédia poderia ter sido maior se não fosse a rápida reparação do dano por parte dos técnicos da empresa que, por volta das oito horas da manhã, tudo fizeram no sentido de atenuar os efeitos do desastre.
Jacob Deysel revelou que enquanto uma equipa de peritos em assuntos de extracção mineira no modelo que a Kenmare desenvolve em Moma não chega àquele ponto de Nampula, a extracção de rutilo, zircão e ilmenite está temporariamente suspensa.

Fonte: Rádio Mocambique - 09.10.2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Situação paralela a que acontece neste momento no Hungria.
Deverão os gestores ser incriminados de homicidio involuntário, e pagar indemnizações aos camponeses?

Veremos se o PR AEG também demite a ministra dos Recursos Minerais, já que "vassoura" é ordem do dia, e a situação dos camponeses pobres nas suas terras ocupadas pela mineradora, GRAVE!

Sempre se diz, vale a pena "varrer" , do que deixar lixo a acumular!
Só que o Partidão ainda não surpreendeu passados 35 anos.
Já é tempo de "vassourar", e pedir a Oposição e os "independentes" o contributo em recursos humanos para ajudar a "debelar a crise"!
Moçambique precisa de moçambicanos capazes, não de políticos "encabritados" do Partidão!