quarta-feira, junho 15, 2011

Graça Machel defende inclusão de intelectuais na concepção de políticas públicas

Graça Machel, activista moçambicana e antiga ministra da Educação e Cultura, defendeu ontem, em Maputo, ser urgente incluir os intelectuais nacionais na concepção de políticas e na solução dos problemas que o país enfrenta. Graça Machel, esposa do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, sublinhou que há marginalização de intelectuais moçambicanos, os quais constituem uma capacidade que o país construiu ao longo dos últimos anos.

“Não há mecanismos de os fazer participar na sua plenitude na solução dos problemas do país, muito menos de influenciarem as políticas e sentirem-se parte delas. É preciso reverter esta situação e dar oportunidade para que os intelectuais mostrem os seus conhecimentos”, considerou Machel, citada pela AIM.

Graça Machel fez estes pronunciamentos durante uma mesa redonda sobre a vida e obra de Samora Machel, no quadro das quartas jornadas científicas e tecnológicas de Moçambique, iniciadas ontem em Maputo. Na ocasião, Graça Machel apresentou o exemplo de Samora na inclusão dos intelectuais na vida do país, sublinhando que o mesmo se fazia-se rodear de pessoas que tinham conhecimento, sem qualquer complexo. “Samora Machel não tinha muitas habilitações literárias. O seu mérito foi fazer-se rodear de pessoas altamente qualificadas. Ele não tinha complexo de se rodear de pessoas com mais conhecimento”, frisou, acrescentado que “ele era um pensador estratégico”. Graça Machel destacou que não é possível alcançar as batalhas ou desafios do século 21 sem colocar a educação em primeiro lugar.

Fonte: O País online - 15.06.2011

9 comentários:

Anónimo disse...

Nguiliche

Nao vou aceitar na observacao da mama Graca apenas por que é uma pessoa emblematica. Erro que muitos de nos temos tido é aprovarmos o que uma determinada pessoa diz mesmo antes de dizer, e reprovarmos o que certa pessoa vai dizer antes de dizer. O problema do país nao está exactamente na falta de inclusao de intelectuais na concepcao de politicas mas sim no partidarismo. Está na mente das pessoas que dirigem os assuntos do país que se faz critica é que é doutro partido, situacao que acaba criando o SIMMISMO. As pessoas nao tem espaco para colocar ideias contrarias àquelas colocadas na mesa ou concebidas como certas. Exemplo disso é aquilo que acontece na assembleia quando o governo vai prestar contas. Algumas bancadas demintem-se das suas reais funcoes e comecam a se auto-atacarem, e o governo fica a aplaudir até ao fim da sessao. Partando, é minha opiniao que deve se acabar com o partidarismo, a obrigacao de todas as pessoas ASSIMILAREM para poderem progredir profissionalmente ou economicamente. Portanto, a partir do momento em que a mama Graca toca de leve o real problema do país nao está a procura de solucao do problema.

Anónimo disse...

Nguiliche

...e pergunto: temos intelectuais no país, ou se temos, eles atingiram uma intelectualidade universal ou sao intelectuais das suas proprias barrigas?

SIMMISMO- doutrina que consiste em aceitar tudo o que diz o superior hierarquico mesmo que esteja errado, por receio de ser exluido da convivencia da classe e dos previlegios.

Reflectindo disse...

Caro Nguiliche,

Exactamente, o problema está no partidarismo e seguidismo. Isso a Graca Machel não aponta nos seus discursos. Ela aponta o problema superficialmente.
Por outro lado, me preocupa bastante em saber se mesmo estas meias verdades ela diz nas sessões dõ Comité Central da Frelimo ou se através da sua organizacão ela apresenta estes problemas.

Anónimo disse...

Nao acredito que ela apresenta. É exactamente por isso que questiono se temos intelectuais ou nao, refiro-me a intelectuais que atingiram INTELECTUALIDADE UNIVERSAL, aqueles que nao se deixam manipular por aqueles que tem o poder politico, e acabam em se confundindo com o resto.Portanto, a posicao da mama Graca nao é nenhum exemplo para a sociedade. Tem medo do quê? Se ela "como intelectual" tem medo de alguma coisa que se espera daqueles que "nao sao intelectuais"?

Anónimo disse...

Ponto I

Paude disse: "quem nao e da Frelimo nao fara parte deste Governo"

Quais foram as reaccoes:
Graca Machel - nao disse nada
Jorge Rebelo - nao disse nada
Joaquim Chissano - nao disse nada

Intelectuais - nao disseram nada, pelo menos abertamente. Excepcao de alguns em blogues e comentarios

Agora, querem mais o que?

Ponto II

Graca Machel foi citada, ha poucos meses, como tendo dito que estava muito contente com o estilo da democracia em Mocambique, e cita-se mesmo que tenha saudado o actual PR, Guebas, por isso.
a) Considerando que concepcao de politicas, integracao de intelectuais, etc, esta tudo ligado a democracia, nao havera aqui uma clara contradicao?
b) Sera que os intelectuais de que a senhora Graca Machel esta a falar somos nos, ou sao as tais alas da Frelimo (as tais alas Samorianas, Chissanistas) que, segundo se diz, tambem nao tem sido consultados? (Eu penso que ela esta a se referir a esse grupo, e nao ao simples mortal dos Mocambicanos)

William

Anónimo disse...

Nguiliche

Se o Ocidente e os Americanos nao sao justiceiros, nao sao como o padre que vive de dizimos dos crentes, mas sao razoaveis.

Reflectindo disse...

Caros Nguiliche e Wilson

Essas são as questões para reflectirmos sobre os discursos de Graca Machel e de Jorge Rebelo, Joaquim Chissano ou mesmo Marcelino dos Santos. Filipe Paúnde glorificou publicamente a exclusão e antes Manuel Tomé já o havia feito, mas nunca ouvimos destes "chairmen", a condenarem o tal pronunciamento e nem podemos imaginar que o tenham feito à porta fechada. Os bispos católicos chegaram de emitir uma mensagem de preocupacão quanto à exclusão social, o MARP fala disso, mas eles nunca se pronunciam sobre isso. De facto, eles podem estar a falar da exclusão das suas alas (ou da sua ala) e não de intelectuais mocambicanos. E qual/quais é/são essa/s ala/s?

Reflectindo disse...

Há uma questão a lembrar à Graca Machel:

Se de facto Samora Machel era rodeado por intelectuais, e não ideólogos do Marxismo-Leninismo ( revolucionários), como foi possível que ela, ainda que Primeira-Dama e Ministra de Educação e Cultura tenha mandado o sociólogo David Aloni para a plantação de chá na Zambézia, numa altura de tanta falta de quadros em Mocambique?
Um outro ponto, como se justifica o encerramento da faculdade de direito ainda nessa altura?

Contemplacão disse...

ja viu namo Antonio Guerra, que os intelectuais sao tambem importantes... Acredito que os que sabem e os que não sabem, devem camninhar juntos não é assim, mano? Sem complexos, pá