domingo, janeiro 20, 2013

EDUCAÇÃO RETOMA CONTRATAÇÃO DE PROFESSORES SECUNDÁRIOS

O Ministério da Educação (MINED) retomou este ano a contratação de professores com formação superior para o ensino secundário depois de uma paralisação nos últimos anos devido a insuficiência de recursos. 

Falando em entrevista a AIM, o porta-voz do MINED, Eurico Banze, disse que dos cerca de oito mil professores contratados este ano para leccionarem nas escolas públicas moçambicanas, 1.200 deles têm formação superior.


“Este ano retomámos a contratação de professores com formação superior depois duma paralisação nos últimos dois a três anos. (…) Com essa paralisação, o Ministério tinha de pagar muitas horas e muitos professores primários acabaram dando aulas no ensino secundário”.

Actualmente, o sistema nacional de ensino conta com 140 mil professores, dos quais apenas 20 mil estão no ensino secundário. Mesmo assim, a contratação de professores para o ensino secundário tem sido fraca devido a falta de recursos, uma vez que, segundo Banze, o pagamento dum professor com formação superior custa duas vezes ou mais comparativamente ao do ensino primário.

Com esta retomada paulatina de contratação de professores para o ensino secundário, o MINED pretende reduzir o rácio alunos/professor dos actuais 62 para 61 ou 60.

Além das desvantagens para a qualidade do ensino, a paralisação da contratação de professores para o ensino secundário agravou a frustração dos milhares de estudantes dos cursos superiores da área de ensino leccionados pelas universidades do país que ficaram com menores possibilidades de encontrar emprego formal.

Durante esses anos, o MINED privilegiou a contratação de professores para o ensino primário, parte deles formados nos cursos 10ª (Classe) + Um (ano de formação) e 12ª (Classe) + Um (ano de formação) desenhados pela instituição para responder a crescente procura de professores nesse nível de ensino.

Paradoxalmente, nem todos os professores graduados nestes cursos foram contratados pelo Ministério. Banze reconheceu que houve problemas de articulação entre a formação de professores e aqueles que seriam efectivamente contratados tendo em conta os recursos disponíveis.

Além disso, o país contava com diversos centros de formação, havendo províncias como Maputo que tem mais do que uma instituição do género.

Por isso mesmo, nos últimos anos, alguns dos centros de formação de professores com base nesses modelos não estiveram a funcionar, reduzindo assim a quantidade de professores primários formados por ano.

Fonte: AIM - 20.01.2013

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