quinta-feira, maio 29, 2014

Manish revela que está ameaçado de morte caso não saia do país

 Manish Cantilal afirma que foi várias vezes ameaçado de morte dentro e fora da prisão e aconselhado a deixar o país, , desde que começou o processo em que é acusado de ser mandante de quatro raptos. O seu advogado afirmou estar convicto de que este é um caso de “prisão encomendada”. Manish e Damião Cumbane respondiam a perguntas de Jeremias Langa, no programa Linha Aberta, da StV.


“Recebi recados”, afirmou, referindo-se às ameaças que tem recebido.”Mas eu estou aqui e quero dizer que não tenho medo de recados”. Cantilal e o seu advogado corroboraram as informações de que foi o juíz Dinis Silica, recentemente assassinado, quem legalizou e manteve a prisão.”Estive com ele 10, 15 minutos”, afirmou o empresário.

“Aquando da audição, o juíz disse que, pessoalmente, não conseguia encontrar nada. Mas era preciso ouvir os queixosos e acabou concedendo um prazo muito curto à procuradoria, de cinco, seis dias se fazerem essas diligências”. Manish, visivelmente enervado, reafirmou várias vezes a sua incompreensão do seu próprio processo que afirmou desconhecer totalmente até agora. 

Esse curto prazo incial, concedido por Silica para se completarem os procedimentos, acabou por se transformar em 40 dias de prisão efectiva para Cantilal, com o assassinato de Dinis Silica a suceder no mesmo dia em que o juíz de instrução iria finalmente receber o expediente com o processo dele e atrasando ainda mais uma decisão.

Repetindo que tinha sido humilhado profundamente, “estes são dias de humilhação para mim e para a minha família”, Cantilal “pede, exige” que as autoridades o investiguem.”O SISE ( Serviço de Informação e Segurança do Estado ) a PIC ( Polícia de Investigação Criminla) a PRM ( Polícia da República de Moçambique) a Interpol por favor, estou a pedir que me investiguem.”, afirmou. 

Contas no Dubai, na China e em Taiwan, Manish afirma que não tem, não conhece, nem sabe de quem serão. E este homem que foi preso, acabado de casar, um dia depois de regressar da sua lua de mel referiu várais vezes que foi “preso por fofoca”. Revelou os custos do copo-de-àgua do seu casamento (150 a 200 mil meticais) mais do aluguer do espaço no Polana (180 mil meticais).

E Cantilal nega ter tido alguma vantagem com a morte do juíz Silica. Cumbane confirma: “Eu tive medo, que o novo juíz, com tudo o que foi posto a circular, decidisse contra, depois da morte de um colega”. Cumbane descartou ainda que a fiança de um milhão de meticais fosse demasiado alta.”Isso revela um total desconhecimento da lei. Nem vou falar de outros casos, para não criar mais problemas".

“Moniz Carsane, o meu nome é Moniz Carsane, sempre foi . "Como é que me investigam durante três anos, uma investigação do SISE, e escrevem no mandato de captura um nome que não é o meu?” , indignou-se, explicando que Manish é só uma alcunha, que nem está na sua identificação, assim como Cantilal. 

Várias vezes com lágrimas nos olhos, areferiu que acompanhava o presidente da Comunidade Hindu moçambicana em todas as diligências junto do governo a propósito da onda de raptos e admite que possa ter sido "prejudicado" por essa actividade. "

"Já várias pessoas me avisaram que se ficar aqui a minha vida acabou. Mas eu gosto do meu país, acredito na Justiça do meu país. Estou aqui. Estou à espera para ser ouvido.Até hoje não fui ouvido”, afirmou.

“Neste país encomendam-se mortes e agora também se encomendam prisões. É fácil mandar prender alguém porque alguém disse qualquer coisa”, referiu o seu advogado.


Fonte: Club of Mozambique - 28.05.2014

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