quinta-feira, junho 19, 2014

Duas pombas brancas, que simbolizavam paz, recusaram-se a voar quando foram libertadas numa cerimónia em que crianças de Tambara, Manica, centro de Moçambique, pediam o fim do conflito militar, durante uma visita do Presidente Moçambicano, Armando Guebuza.

Duas pombas brancas, que simbolizavam paz, recusaram-se a voar quando foram libertadas numa cerimónia em que crianças de Tambara, Manica, centro de Moçambique, pediam o fim do conflito militar, durante uma visita do Presidente Moçambicano, Armando Guebuza.

As pombas foram libertadas, durante um comício realizado na quarta-feira, por um grupo de crianças da organização Continuadores, a ala infantil da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), mas pousaram logo a seguir, a escassos metros do Presidente, que acenava para os menores entoando canções patrióticas.
"Esperávamos que os pombos fossem voar, mas mesmo assim ficou marcada a nossa tradição de trazer a paz, e esperamos seguir o caminho da paz", declarou à Lusa Benjamim Campamba, régulo de Nhacolo, localidade onde o chefe de Estado moçambicano iniciou a sua visita a Manica.
Durante o seu comício, Armando Guebuza apelou para o patriotismo dos moçambicanos e a "acarinharem a paz que custou sacrifícios", sustentando que a "paz é a maior tolerância numa convivência".
"Paz e desenvolvimento são alimentados pelo diálogo", afirmou Armando Guebuza, adiantando ser necessário buscar nas diferenças de "tribos, raças, tradições, religiões fatores de desenvolvimento e de unidade dos moçambicanos".
O Presidente moçambicano reconheceu a necessidade de respeitar os seus críticos e manifestou-se pronto para perdoar a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), considerando-a, no entanto, responsável pelas hostilidades na região centro de Moçambique, na sequência da tensão político-militar que opõe há mais de um ano o Governo e o maior partido da oposição.
Este período tem sido caracterizado por confrontos e ataques a coluna de viaturas no troço Save-Muxungue, na principal estrada que liga o sul e centro do país, e que já fez dezenas de mortes, centenas de feridos e milhares de deslocados.

Fonte: LUSA – 19.06.2014

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