quinta-feira, março 31, 2016

Extremismo em Moçambique?

FIQUEI extremamente horrorizado com alguns pronunciamentos que acompanhei nos debates promovidos pelas televisões sobre a medida de banimento das mini-saias e alterações ao formato original do uniforme.
A insatisfação teve o seu ponto mais alto com a marcha havida defronte da Escola Secundária Francisco Manyanga, promovida por algumas organizações da sociedade civil, de entre elas o Fórum Mulher.
Hoje me recordo e secundo a constatação a que chegou o carismático, “controverso” e diabolizado Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, quando afirmou peremptoriamente que há muitas ONG’s ao serviço do Ocidente com agendas claramente ocultas. E, me parece que uma delas é esta de tentativa de criar convulsão social, particularmente na juventude pois, torna-se estranho e suspeito que apareçam duas estrangeiras em defesa de pseudo liberdades e/ou direitos das alunas, confrontando com as normas, regulamentos e bons costumes estabelecidos. Esta é uma afronta ao Governo.
Não me sinto confortável em ver ONG’s a receberem fundos externos, a promoverem seminários, conferências para se pronunciarem sobre coisas que os nacionais sabem e bem conhecem, só que não o fazem apenas por não serem os donos do dinheiro.
A manifestação, considerada ilegal pela Polícia, culminou com a detenção de algumas pessoas, de entre as quais duas estrangeiras, devido à resistência por parte das líderes em manter o braço de ferro com as autoridades. Lamento o facto de estas estrangeiras terem sido libertadas pois, mais do que isso, deviam ser expulsas do país.
Não quer imaginar um cidadão moçambicano a se imiscuir nos assuntos domésticos na diáspora, quero crer que imediatamente seria recambiado.  
Nas escolas dos países vizinhos de Moçambique usa-se uniforme da forma como foram desenhados, sendo que não sofre nenhuma alteração como as ilustres mulheres defendem em nome do direito de limitação de indumentária. Mas, estas esclarecidas mulheres esquecem que as saias compridas são somente normas da escola, pois fora dela as alunas podem andar com pouco pano a cobrir os seus corpos.
Estas mulheres campeãs de defesa dos direitos das mulheres e raparigas devem andar distraídas pois, são avessas a tudo que vem do Estado, neste caso particular das escolas. É de estranhar que haja escolas privadas com uniforme de saias compridas, mas esta sociedade civil (Fórum Mulher) não mexe palha. A sociedade civil está num sono profundo pois nunca vi insurgir-se contra a desumanização a que muitas mulheres e raparigas estão sujeitas em escolas privadas, em locais de trabalho com desigualdades salariais, entre outros.
É esta marcha/manifestação uma demonstração de que este movimento é apologista de bagunça. Pouco pano no corpo, faz com que as nossas raparigas, jovens desafiem normas, regulamentos bons usos e costumes; querem transformar nossas escolas em passarelas, locais de festas carnavalescas. Esta situação faz recordar uma canção de Alexandre Langa que a dado passo diz “Va ti penda penda ingaku i magalagala” (Pintam-se de tal forma que parecem Gala Gala=Lagartixa Colorida).
Estas apologistas da desobediência nas escolas não querem ordem; querem continuar a ver as passagens de modelo, competição de celulares, hoje extensiva a mexas, implante de cabelos humanos, o que muitos pais não conseguem satisfazer, levando algumas jovens a envolverem-se em actos pouco dignos em troca de valores para satisfação caprichosa.
Identificadas as estrangeiras, a Polícia junto à Migração e ao Ministério do Trabalho devem iniciar o processo de expulsão imediata das mesmas do país e demonstrar que somos um Estado soberano e que não admitimos a ingerência nos nossos assuntos internos.
A LUTA CONTINUA.

Fonte: Jornal Notícias – 23.03.2016

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