segunda-feira, maio 23, 2016

Todos somos vítimas dos esquadrões da morte

Yavanya ahona (uma expressão em emackuwa que significa: quem desmentia já viu). É expressão para fazer lembrar a certas pessoas que negam certos factos ou a ligação entre certos factos.
E eu pergunto se ainda há coragem de negar-se a existência de esquadrões da morte em Moçambique e vai-se dizer que o politólogo e Prof. José Jaime Macuane foi raptado e baleado por bandidos com quem tinha contas pessoais? Para quem ainda não lhe basta com a ação desses esquadrões da morte que na prática já estão institucionadas e têm o maior poder em Moçambique, continuará a desmentir. Para quem pensa que essa é a melhor estratégia para que não seja vítima desses esquadrões, continuará a desmentir os factos. Contudo, não sei como não se é vítima desses gangsters se alistando as suas vítimas de desde há décadas veremos que de forma directa ou indirecta todos nós somos vítimas.
Também somos vítimas quando passamos a ter medo um do outro. Na situação em que vivemos, temos medo de que nos pede amizade nas redes sociais. Na situação em que vivemos, temos medo de quem nos liga. Na situação em que vivemos hoje, temos medo de quem nos cumprimenta quando estamos na rua. Na situação em vivemos, temos medo de quem por gentiliza quer nos dar boleia no seu carro. Na situação em que vivemos hoje, temos medo da nossa própria sombra. Nesta situação, achamos ainda que não somos vítimas dos gangsters?
Nos últimos anos, últimos meses já são frequentes assassinatos de concidadãos que usufruindo do seu direito constitucional, expressam-se livremente em espaços públicos.

Donde vem o poder deles? Essa é a questão. 

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