segunda-feira, março 13, 2017

Suécia garante fim da auditoria às dívidas ocultas em Moçambique no fim do mês

A Suécia, que está a financiar a auditoria internacional às dívidas ocultas de Moçambique, estimadas em cerca de dois mil milhões de dólares, garante que os resultados da investigação serão divulgados até ao fim do presente mês.
Analistas dizem que os resultados não devem defraudar as expectativas dos cidadãos.
No final da sua missão em Moçambique, a embaixadora sueca, Irina Nyoni, revelou que o processo de investigação está bem encaminhado, o que confirma informações de outras pessoas conhecedoras deste "dossier", que fazem alusão à normalidade com que o mesmo tem decorrido.
"Vou deixar bem feito tudo aquilo que diz respeito à auditoria internacional, e quando eu sair de Moçambique, no fim deste mês, tudo estará pronto", destacou, a diplomata sueca.
Por seu lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) insistiu nos últimos dias uma investigação independente às chamadas dívidas escondidas.
Irina Nyon considera fundamental que este processo seja conduzido da melhor forma possível para o bem de Moçambique, no que foi secundada por alguns analistas, que sublinham ser enormes as expectativas das pessoas em torno desta questão.
Para o jurista José Machicame, a auditoria deve esclarecer os contornos em que as dívidas das empresas Moçambicana de Atum (EMATUM), ProIndicus e Moçambique Asset Management (MAM), foram contraídas.
Os empréstimos foram feitos à revelia das normas jurídicas moçambicanas e dos compromissos que o Estado moçambicano tem com os seus principais parceiros de cooperação, "e é importante que se conheçam os contornos e as circunstâncias em que essas dívidas contratadas."
O Governo moçambicano diz esperar que a investigação produza bons resultados e, para o sociólogo Francisco, isso deve implicar a responsabilização de algumas pessoas, "porque alguém autorizou a contratação dessas dívidas".
Cedendo à pressão internacional, o Governo de Moçambique encomendou uma auditoria independente a empréstimos escondidos de mais de dois mil milhões de dólares e que fizeram disparar a dívida pública do país para cerca de 11 mil milhões de dólares.

Fonte: Voz da América – 13.03.2017

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